- Casos extraconjugais
Dizem que um caso extraconjugal está no fim quando um dos envolvidos diz o nome da esposa ou do marido.
- Não vai dar porque tenho que levar Glória ao médico. – ele diz e Marilene se espanta:
- Por que você falou o nome dela, Jorge?!
- Sei lá... nem notei.
E Jorge passa a não atender os telefonemas de Marilene, falta aos encontros no mirante do Leblon, bota a culpa no trânsito para não chegar onde Marilene espera.
- Leonardo está me esperando. – informa Selma.
- Você falou o nome dele! – nota Sérgio.
- Dele?! Quem?!
- Do seu marido a quem você chamava de o outro. – lembra Sérgio.
Dessa forma Selma se referia ao marido: o outro. De vez em quando, ele. Com alguma frequência: o pai do..... e dizia o nome do filho de ambos. Mas agora o outro, ele e o pai assumia uma forma concreta nomeado por Leonardo. A partir daí, Selma se transforma e Sérgio passa a ser alguém sem relevância, o caso se encerrava porque existia um nome que fora colocado entre os Selma e Sérgio. Por coincidência, as iniciais S que os dois tinham jurado unir para sempre num futuro quando revelariam à Neusa, mulher de Sérgio, e Leonardo, o já conhecido marido de Selma.
Naquela noite, Sérgio chegou em casa e cumprimentou a mulher.
- Oi, Neusa.
- Por que disse meu nome?
- Ué? Porque é seu nome.
- Não me ama mais. Por isso, não me chama de bem, paixão ou amor?
- Ah! Não.....
Os casos de amor terminam por diversos motivos: estresse, cansaço, desinteresse mas há uma teoria revelando que citar o nome da esposa ou do marido diante de quem se tem um caso extraconjugal é fator determinante apontando que aquela paixão virou um outro sentimento qualquer porque o relacionamento chega ao fim. E quando isso acontece, os dois que se amaram sequer se reconhecem, os dois que viviam tão grudados, escolhem a distância, o desgrude. Quando um diz ao outro o nome da companheira ou do companheiro, o caso extraconjugal não sobrevive igual aos dois do início da história.
Como se chamam mesmo?
